A triste solução dos tristes Gatos Fedorentos! (por Jacinto Furtado)

A venda de pacotes duma empresa de tv por cabo anda seguramente a afectar os Gatos Fedorentos, nunca o nome deles fez tanto sentido como agora. Isto de andar de a bater às portas a tentar impingir soluções de tv, internet e telefone afecta claramente a capacidade dos rapazes.

José Mário Branco diz que “A cantiga é uma arma”, o meu Amigo Hélder Costa diz que “o humor é a seiva do revolucionário”. Ambos têm razão, mas só têm razão se a “cantiga” tiver conteúdo e se, de igual forma, o “humor” tiver conteúdo e for inteligente. “A Solução” dos Gatos Fedorentos não teve nada disso, não teve conteúdo e não teve inteligência, antes pelo contrário, foi duma boçalidade desnecessária, não desejável e sem dúvida ultrapassa os limites do que é a liberdade de expressão.

O gratuito incitamento à violência é por si só violador das Leis dum estado de direito como também é a última coisa que este País precisa, há muitas formas de luta, há muitas formas de revolta, há muitas formas de mudar as coisas. Violência, apelos à violência simplesmente NÃO!

Tempos atrás, caiu o Carmo e a Trindade por algumas intervenções de personalidades destacadas da nossa praça terem roçado a ideia de que a violência estaria à porta. Vou esperar tranquilamente pelas reacções a esta solução. Espero para ver se as reacções que existiram foram apenas políticas ou antes pelo contrário fundamentadas.

Esta subespécie de humor tem outros pontos criticáveis, nem vou comentar a viagem a Los Angeles nem sequer os honorários que terão sido pagos ao Steven Seagal, isso é um problema do foro do canal de televisão que o suportou embora, convenhamos que, uma empresa com responsabilidade social podia muito bem ter feito o mesmo programa com recurso a um “Rambo” nacional canalizando para outras iniciativas mais sérias e solidárias o excedente monetário. Mas enfim, isso são contas de outro rosário.

Há pessoas que pela sua profissão têm a obrigação de, em qualquer circunstância, manter a dignidade, isenção e rigor. Refiro-me neste caso particular aos jornalistas e, particularizando ainda mais, à prestação de Rodrigues Guedes de Carvalho nesta triste rábula. Pergunta-se por vezes porque motivo a classe jornalística está mal vista aos olhos do público. A resposta é dada por atitudes destas. Menciono não só à participação de Rodrigo Guedes de Carvalho como também ao ensaio de atestado de estupidez que nos quis passar ao entrar ele próprio numa rábula em que quer fazer crer que foi vitima duma armadilha. Quem ele? Com a experiência que tem? Ok ok

Não quero entrar no campo dos defensores da teoria da conspiração e interpretar a mensagem transmitida pelo canal do Francisco Pinto Bilderberg, perdão, Francisco Pinto Balsemão, como uma tentativa desesperada de reorganizar a agenda de Junho altura em que, recordemos, levou Paulo Portas e António José Seguro à reunião do Grupo Bilderberg. Na altura apontou-se de imediato para que a queda do governo estava para breve e para o facto de que Seguro seria o próximo na lista. Tudo parecia obedecer a esse plano quando um mês depois Portas se demite “irrevogavelmente”, mas o raio do coelho parece ter mais vidas que um gato e aguentou o embate transformando a irrevogabilidade numa palavra de sentido adulterado.

Fiquei com uma dúvida. Porque motivo no aviso à navegação dos Gatos Fedorentos o tiro nos testículos se destina a Passos Coelho e Paulo Porta só apanha uma sova? É que, bem vistas as coisas foi ele que não teve testículos para levar até ao fim o suposto plano de Bilderberg.