Desde 2011, a percentagem de trabalhadores a ganhar o SMN subiu 73,6%. A propalada competitividade não é feita pelo aumento da produtividade e para a qual é necessário o investimento empresarial, mas faz-se à custa de salários baixos.
Assistimos portanto a uma substituição de trabalhadores pagos segundo as suas capacidades por pessoas mais jovens e mal pagas, que são recrutadas no seio do numeroso exército de desempregados do norte a sul do país e que este desgoverno criou propositadamente para o efeito.
Não se trata de estudo encomendado por algum dos partidos da oposição ao actual desgoverno. Pelo contrário, quem o publica é o Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia!
E o que diz ele?
Que os novos empregos criados no sector privado estão a refletir uma acentuada desvalorização salarial com muitos licenciados a serem remunerados com o salário mínimo nacional. Os economistas concluem por uma evidência: mesmo havendo uma muito diminuta recuperação na população empregada, o total dos salários por ela auferida continua a decrescer. Se as empresas estão a mostrar alguns ganhos em competitividade conseguem-no à custa do aumento da exploração de quem para elas trabalha.
O estudo mostra que, desde 2011 e como disse acima, a percentagem dos trabalhadores a ganhar o salário mínimo cresceu 73,6% , fazendo com que 1 em cada 5 trabalhadores seja remunerado por tal valor. Se em 2011 isso acontecia com 11,3% dos trabalhadores, hoje sucede com 19,6%, ou seja quase o dobro.
Ao mesmo tempo a remuneração média de quem trabalha foi caindo: em 2011 era 971,5 euros, enquanto em 2014 já descera para 947.
Cresce ainda outra constatação do estudo governamental relativamente à desigualdade de género: em 2014, 25% das mulheres recebiam o salário mínimo, enquanto entre os homens esse peso era de 15%.
Muito embora passos & portas se esforcem por dar lustro à realidade do emprego em Portugal, ele continua extremamente baço e só melhorará com novas políticas orientadas para o crescimento da economia e a requalificação de quem trabalha.
Com a ultra direita do PSD-CDS, Portugal caminharia para vir a tornar-se o Bangladesh da Europa.
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