São 1.27 biliões de pessoas seguidoras da religião católica, numa bolinha azul com 7 biliões de humanos, divididos por muitas e variadas crenças religiosas.
No entanto, azar dos Távoras, falar uma linguagem religiosa não significa traduzir os seus símbolos em linguagem de verdadeira espiritualidade. A linguagem de encontro com o entendimento da vida e da humanidade – a explicação que dizem ser o encontro com qualquer religião – está talvez escondida na alma de cada ser, à procura de uma expressão.
O chefe da Igreja católica, o Papa Francisco, referiu que sem Jesus a celebração do Natal é vazia. E Jesus, um moreno barbudo, foragido ilegal no Médio-Oriente, que ao crescer mostrou apetência para estar com os pobres e os párias, falava a linguagem do amor- aquele que significa que somos todos um, aquele que significa partilha com estranhos – esse homem, protegia os humildes, batia nos que praticavam a usura, dizia-se filho de Deus, e, foi ao que parece, o ser mais político e revolucionário da sua época.
Incómodo que era o filho bastardo, foi naturalmente silenciado.
A partir da sua existência – precisamos fé para nela acreditar- foi um fartar vilanagem sobre o nascimento e uso do seu nome e da sua palavra para acomodar e servir diversas religiões.
Há muitos anos que penso ser aqui que reside o problema dos homens.
Religião e Política mascaradas, vivem na mesma cama num casamento fingido, chamado Poder, que serve os interesses de cada uma. Em nome destes lençóis sujos se destruíram civilizações e inteiras comunidades de homens.
Em nome de Deus e de Jesus, com a desculpa da evangelização de índios, africanos e aborígenes (ambos possuidores de culturas e crenças religiosas/espirituais próprias) chacinaram-se culturas pertença da Humanidade.
Quando cair o véu das mentiras religiosas talvez nasça um mundo mais transparente e espiritual.
Jesus não conseguiu mudar os homens do seu tempo. Os que fundaram uma religião sem que tivessem a sua expressa autorização, usurparam uns conceitos, fizeram uma compota na tradução de símbolos em linguagem religiosa e continuaram a cometer os mesmos crimes que à sua época eram cometidos. Por isso hoje, pequena é a esperança em revoluções. Mas ela, fluorescente chama, como pequenina estrela da imensa Via Láctea existe.
É preciso ter fé dizem. Eu tenho-a. Nos homens revolucionários, nos homens sem religiões mas profundamente espiritualizados, nos homens das ciências, das artes, dos valores nobres e humanitários onde a bondade é monarca, nos anarcas comunitários, nos espíritos que vêem na cooperação, a salvação da humanidade.
Pilatos lavou as mãos assim como o fazem tantos religiosos em nome dos seus nomes santificados.
Não conheço nenhuma religião isenta do pecado de fechar os olhos.
A revolução será ver os 1.27 biliões de seguidores de Jesus, judeus, muçulmanos, hindus, budistas em adoração da vida.
Em recusa de celebrações enquanto ao seu lado existirem pobres, preconceitos e praticantes de usura.
Teria sido esta- como ateia quero acreditar- a atitude de Jesus, do profeta Maomet, e de todos os personagens criados pela imensa imaginação dos homens com a finalidade de explicar não a vida mas o poder e o controle sobre os homens.
Enquanto religião e política, as duas promíscuas prostitutas mascaradas, derem o nome para servir os orgasmos de egos inflamados a atingir o poder, guerras e pobreza serão os negócios mais rentáveis do planeta dos macacos religiosos.
Anabela Ferreira
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