Valeu a pena subir as escadarias do Parlamento. Os agentes da PSP deverão passar a receber suplementos remuneratórios para compensar os cortes salariais, já em Abril. É o resultados da reunião desta sexta-feira entre os sindicatos afectos à PSP e o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.
Miguel Macedo teria agora de explicar qual é a lógica de tirar com uma mão e dar com a outra sem ver nisto a mesma inconstitucionalidade que apontou ao Governo dos Açores. Mas isso era se se sentisse na obrigação de dar explicações, ou, ao menos, se “isto” tivesse alguma coisa a ver com lógica. E não tem. Como não teve quando a PSP usou gás pimenta numa escola secundária, contra crianças… Ou quando cidadãs (senhoras) sexagenários foram espancadas depois de a PSP ter sido apedrejada durante horas a fio por uma dúzia de adolescentes, que nem sequer foram identificados por causa de um desentendimento de hierarquias, que nada fez quando a PSP gafou pessoas a vários quilómetros de uma manifestação (e que nada tinham a ver com ela) privando-as do direito a um advogado, que fez de conta que não percebeu quando cidadãos acusados de invadir o acesso à ponte 25 de abril foram absolvidos por se ter provado que foram para lá encaminhados pela polícia que depois os prendeu, e que nada disse quando uma jornalista foi agredida com um bastão virado ao contrário por um agente da PSP em fúria descontrolada. E quando dá explicações, elas só complicam (além do nosso sistema nervoso) ainda mais o que já de si era inexplicável. Assim, naturalmente, não dá para se levar a sério qualquer decisão deste ministro, que já mostrou à saciedade a fibra de que é feito.
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