A mentira nunca é limpa, a mentira nunca é justificável, a mentira e os mentirosos são seres absolutamente abomináveis.
Seguramente é um caso patológico. Não há outra explicação para a forma descarada, despudorada e cruel como mente o porta voz da Fuhrer Merkel, há quem lhe chame primeiro ministro. Diz ele que Portugal vai ter uma saída limpa, diz ele que as politicas adoptadas foram um sucesso. Diz ele que as taxas de juro demonstram a confiança dos mercados.
Mente com quantos dentes tem na boca, a saída não é limpa, não há saídas limpas com mais de um milhão de desempregados, com mais de dois milhões de Portugueses abaixo do limiar da pobreza. Não há saídas limpas quando há fome, não há saídas limpas quando se atira uma geração para fora de portas.
Não há saídas limpas quando se fazem negociatas para alienar o património público a outros interesses, não há saídas limpas quando tudo se faz para destruir o ensino público em beneficio de interesses privados, não há saídas limpas quando o esforço para destruir a saúde publica para gáudio dos grupos privados é uma actividade diária.
Mente com quantos dentes tem na boca quando quer ficar com o virtual mérito de as taxas de juro estarem mais baixas devido às suas politicas. É mentira, nada tem a ver com as politicas neoliberais, nada tem a ver com a destruição duma nação. As taxas baixaram porque as politicas monetárias do Banco Central Europeu (BCE) e da Reserva Federal Norte Americana (FED) alteraram. As taxas de juro baixam porque os tais mercados estão carregados de dinheiro e têm de o enfiar pela boca dos desgovernantes.
O sucesso da destruição deste governo é tão grande e notório que aquilo que Pedro Passos Coelho quer apresentar como um caso de sucesso, as taxas de juro, não passam de mais uma mentira, estão em linha com as da Grécia e francamente mais altas que as de Itália e Espanha.
Disse Pedro Passos Coelho no aniversário do seu partido, do seu porque este já não é o partido que foi de Francisco Sá Carneiro, disse que não defraudou ninguém. Finalmente uma verdade, é um facto que não defraudou ninguém, uma fraude não defrauda porque já o é e Passos Coelho é.
Dois dias antes de ser apresentado o documento de estratégia orçamental só faltou a Pedro Passos Coelho dizer “Aiiiii senhores, juro por estes dois que a terra há-de “comeri” eu fique aqui ceguinho se vou aumentar os impostos!” e pimba, dois dias depois aumenta o IVA e a TSU. Não sei como chamam a este tipo de gente, eu chamo-lhes mentirosos sem vergonha.
Um autêntico sucesso, desde a entrada da Troika em Portugal a nossa divida pública aumentou 36 pontos percentuais. Um enorme sucesso, uma verdadeira vitória. Esperem… Aumentou? Ah então retiro o que escrevi, grande fracasso, enorme fracasso com um País na miséria ainda conseguiram aumentar a dívida? Incompetentes!
Bem sei que a demagogia, a propaganda do regime continua a apregoar que a insustentável divida de 2010, agora aumentada, transformou-se numa divida perfeitamente sustentável. Mentira!
A dívida pública Portuguesa era em 1986, quando entrámos para a CEE de 56,1%, estamos a bater os 130%. A excepção a este desvario foi alcançada durante o governo de António Guterres quando a divida pública baixou para 55,7%. Esquecendo esta excepção que apenas confirma a regra o resto é sempre a abrir.
Francisco Pinto Balsemão afirmou na festa do partido de Passos Coelho que não são liberais, diz que são sociais democratas. Acredito que sim, acredito que seja mas Balsemão não pode ignorar que tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta. O facto é que todos os sociais democratas têm ficado à porta permitindo o saque da horta.
Pouco tranquilizadora é a afirmação de Passos Coelho de que a Carta de Intenção (uma espécie de memorando de entendimento mas em versão soft) ainda não é conhecida porque não está pronta mas que “não tem medidas novas”. Oh diabo… oh diabo, isto dito por quem o diz é mais que certo que lá vem bronca outra vez.
Interessante, embora pouco acrescente ao que já se sabia, a entrevista que Fernando Madeira deu à revista Sábado. O ex-dono da Tecnoforma conta como Pedro Passos Coelho se movimentava bem no jogo das influências. Jogo que fez enquanto deputado em regime de exclusividade o que acabou por provocar em Fernando Madeira uma estranha e selectiva amnésia.
Fernando Madeira recorda-se de tudo, dos almoços, das conversas, das reuniões, das viagens mas não se recorda se lhe pagava para ser o lobista ao seu serviço. Perfeitamente natural, um esquecimento aceitável. Ter um deputado em regime de exclusividade a fazer uns “bicos” por fora é do senso comum que o faz por prazer e sem ser remunerado. Há também aquela coisa das acções de formação, tratadas por Passos Coelho e pelo incontornável Miguel Relvas, terem todas sido entregues à Tecnoforma mas isso é óbvio que não tem importância nenhuma.
As voltas que a vida dá, anos atrás era Passos Coelho o facilitador, agora é Miguel Relvas. A vida dá muitas voltas, mas sempre no mesmo sentido.
Uma pergunta simples e sem nenhuma insinuação. Onde pára a comunicação social livre e isenta que sabe mas não publica, apenas assobia para o lado? Será que anda a fazer o frete de continuar com a propaganda do regime em vez de denunciar as mentiras, as falsidades e as situações “pouco claras”?
Vamos chamar os bois pelo nome… A saída não é limpa, é suja! Suja e podre como foi a entrada. A podridão está instalada no sistema do antes, do durante como estará no do depois!
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