Vamos chamar os bois pelo nome… Quando o regime se borra! (por Jacinto Furtado)

António CostaNa falta de melhor expressão só me ocorre um “fantástico” para a disenteria aguda que parece ter-se abatido sobre o Largo do Caldas e sobre a Rua de São Caetano, curiosamente, ou talvez não, lembrei-me de Marcelo Caetano e do tristemente famoso ministro Rui Patrício que com a queda do regime também se borrou, a chorar como Moreira Batista já andavam há muito, agora passaram à fase seguinte.

Passada a euforia das eleições em que o PS ganhou mas perdeu, em que o PSD e o CDS perderam mas ganharam em que a CDU para variar ganhou, desta vez com alguma razão, em que o Bloco de Esquerda perdeu mas ganhou na mesma, segundo eles dizem, em que Marinho Pinto, perdão o MPT, ganhou, este realmente pode cantar vitória. Este truque de cantar vitória já é antigo, foi “inventado” por Álvaro Cunhal, mas Cunhal fazia-o com pinta, não da forma histérica como o fazem agora todos os “vencedores”.

Antes de irmos aos borrados, um pouco de atenção a Marinho Pinto que ainda agora lá chegou e parece que já foi mordido pelo bicho da demagogia. Marinho Pinto, já afirmou que o resultado não teve nada a ver com a sua popularidade, pois não, deve ter tido a ver com o programa que apresentaram, por mencionar o programa, dos que votaram alguém sabe o que dizia esse programa? Deixem lá, não respondam, compreendo que a resposta seja humilhante.

Não contente com esta primeira abordagem Marinho Pinto também já dá o dito por não dito e também já diz que o que ele disse nunca o disse, refiro-me à abstenção, diz agora que nunca fez campanha pela abstenção antes pelo contrário. Já está um politico à séria!

Voltemos ao regime borrado, ou em vias disso, penso que não subsistem dúvidas que a vitória do PS foi uma vitória vergonhosa para um partido que se assume como líder da oposição, se não se põem a pau e continuam assim ainda o Marinho Pinto os ultrapassa.

O resultado do PS é indiscutivelmente o resultado do seu líder e um líder revela-se por pequenos gestos. Na noite eleitoral António José Inseguro, perdão António José Seguro, disse que “no PS as derrotas são de todos, no PS as vitórias são de todos”, errado, as derrotas são do líder, as vitórias são do colectivo. Entendo no entanto este deslize de António José Seguro, ele no fundo sabe que esta vitória tem sabor a derrota e não queria estar a assumir como sua a derrota que é de facto sua.

O resultado do PS e uma eventual continuação do seu líder é, para os partidos do regime, uma prenda de Natal antecipada, com esta oposição podem continuar a ambicionar perpetuar o regime. A prenda de Natal não chega apenas pelas mãos do PS, também a CDU vai fazer o frete de dar uma ajudinha, ao apresentar uma moção de censura que já se sabe à partida vai ser rejeitada mais não faz que legitimar aos olhos do aposentado de Belém o regime em exercício.

Ainda António Costa não tinha acabado de tomar o pequeno almoço, um café e umas fatias de pão torrado barrado com manteiga e com um pouco de Tó Zé fatiado, já no Caldas estava o caldo entornado e em São Caetano se chamava por Santa Bárbara.

Nuno Melo diz que com António Costa vai voltar tudo ao passado, o PSD diz que se Costa se vai para a liderança do PS tem de convocar eleições na Câmara Municipal de Lisboa porque é impossível gerir uma máquina como a Câmara de Lisboa e preparar as legislativas ao mesmo tempo. Esta posição do PSD levanta-me uma dúvida, quando é que eles vão dizer a Passos Coelho que se demita porque gerir a máquina que é o País e ao mesmo tempo preparar as legislativas é impossível?

Obviamente António José Seguro não vai largar o cargo da mesma forma que Passos Coelho não o larga, a razão é simples, ambos nasceram e cresceram nas jotas, ambos tem a mesma ambição pelo poder e eventualmente a mesma falta de jeito. É pena se assim for, é pena se não conseguirmos garantir uma oposição forte e segura, sem Seguro.

Se alguma dúvida existisse de que algo tem de mudar na oposição ao regime basta ver como este se borrou perante a ideia de terem de enfrentar António Costa e foi só perante a ideia, imaginem que era a sério.

Vamos chamar os bois pelo nome… O regime está preso por arames e borra-se facilmente!

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