Depois de ter brindado o País com declarações sobre as dívidas de Passos Coelho, ruidosamente criticadas por toda a oposição e mesmo por muitos personagens da área da Maioria, Cavaco quebra o silêncio para tentar pré-formatar o perfil dos candidatos a seus sucessores, como se a Presidência da República fosse uma instituição dinástica e monárquica.
Para quem diz que não faz política, que não se intromete nas comezinhas “lutas político-partidárias”, devemos dizer a Cavaco Silva que ele faz política todos os dias, e da pior porque é aquela que passa por cima dos partidos e do parlamentarismo, como se ele fosse uma espécie de rei entronizado e ungido pela graça divina.
Não é Cavaco que deve dizer quem quer para próximo Presidente da República, mas sim o eleitorado quando exercer o seu direito de escolha, democrático e soberano. As eleições são sempre um incómodo para Cavaco e para a Direita.
O que ele queria mesmo era poder resignar ao trono e indigitar o seu sucessor. E descendo ao nível de Cavaco, e apresentando-se ao beija-mão, já Marcelo e Santana se vieram ridiculamente perfilar, apresentando as suas credenciais de baronetes candidatos. Mal vai a República quando uns a querem doar em testamento e quando outros logo se levantam para aceder à herança.”
A ler também o artigo de Isabel Paulo no Expresso
(*) Estátua de Sal é pseudónimo dum professor universitário devidamente reconhecido pelo Noticias Online.
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